*Ideias para a minha amiga, Mel, que será mamãe em poucos
dias!
** Obs: minha amiga, não da Rafa. Kkk!
Os bebês não são exatamente o que parecem. Eles, na verdade
(shhh é segredo), constituem um tipo de vida adulta, mas que não é adulta
assim, do jeito que a gente conhece. Prestenção: isso é um fenômeno humano que
coloca de cabeça pra baixo a vida de mães por todo o mundo, desde as Ilhas
Caribenhas até o Paquistão. É registrado que apenas elas, as mães, alcançam
essa “tal revelação”.
(Sério! O Datafolha comprovou!)
Eis aquilo sobre o que falo: bebês são criaturas completas
em si mesmas, que sabem o que os adultos nunca saberão. É tipo assim: eles
entendem o motivo de algumas pessoas gostarem de amendoim e outras não. Os
bebês sabem por que são bebês. Sabem o sentido de existir, enquanto a gente
procura o sentido de ser qualquer coisa, menos o que somos.
Bebês pensam. Bebês ensinam. Bebês dizem a você o que fazer.
Bebês são professores. Bebês comandam o universo. Por causa deles, mães
entendem algoritmos complexos, pais viram cientistas ao trocar fraldas em
intervalos de reuniões, avós criam legumes transgênicos nos quintais para a
papinha e tios compram camisetas de times (Sorry, Dani. Não achei uma função
maluca pra você! kkk!)
As noites, isso fica bem claro, são reservadas para voltar a
viver, não para dormir. Depois de tanto tempo sendo adulta, mulheres adultas
viram mães: é aí que voltam a viver. Enquanto todo mundo dorme, papais não
sentem sono ou mentem pra si mesmos sobre sua força hulkeana, quando,
definhando à procura da cama pela casa - sim, perdem noções temporais,
geográficas, históricas e até mesmo culinárias - dormem no chão do banheiro. E os amigos
compreendem o que é um chá de fraldas, cujo último interesse são as fraldas.
Bebês são mães das mamães. São eles que desvendam o porquê
de o amor ser mais do que amor ao perceber que a pequena criatura faz parte da
equação X+F²:{4}.99=X-47 raiz quadrada de 33 (a descoberta sobre como criar um
bebê, em uma equação). É quase impossível acreditar em bebês. Acho que eles nem
são reais. Eu apostaria os sapatinhos de
lã – guardados de recordação do dia em que cheguei da maternidade – que os
bebês nem existem.
Mas as mães existem para ter bebês. Apenas para ter bebês.
Não há mães sem bebês - e é aí que eu descobri que os bebês existem. Esses
pequenos são o que – apenas eles mesmos – entendem ser, porque você, mamãe... É
incapaz de completar qualquer pensamento sobre o que sente ao entender que a
vida existe. Porque a linguagem vai trair o seu coração. Ela será indignamente
insuficiente pra falar qualquer coisa – qualquer coisa – que é vivida quando os
seus olhos encontram o seu bebê pela primeira vez.
E pra sempre será assim.
Seja mamãe, Mel! Felicidades, minha amiga. Pra sempre.
Orgulho de quem você é.
Bjo,
Li