17 setembro, 2010

Em minha defesa

Tratava-se de um acordo literário.
Nem ele nem ela existiam.
Apenas eram.
Como se algum dia tivessem sido.
Amizade é isso.
Assumir que não sabe quando for o único a entender.
Vigiar os extremos para que, de qualquer pólo,
o amor valha mais a pena do que os modos.
É importante dizer algumas coisas baixas e sem sentido também,
deixar as palavras sem coerência
e bagunçar a cabeça com movimentos infiéis.
É importante ressaltar que importa, sim, o que eu digo
e que defendo tudo que tenho de você.
Amigos não, somos leitores.
Você não sabe nada de mim
eu nada quero saber de você.
Basta que a gente se valha,
mesmo que seja só por aqui, na divergência literária.