29 dezembro, 2010

imagine alguém

Quase sempre eu imagino que existe alguém conversando comigo. Ele é meio entediante, se acha esperto, é parecido com música, dorme enquanto ri e, normalmente, para de falar quando minha criatividade acaba. Aí é quando ele desaparece. É usual que diga algumas coisas que desafiem a minha inteligência (ou qualquer outro atributo), faça piadas com o meu modo de viver e me faça rir absurdamente feliz das minhas próprias piadas. Às vezes é real, como uma parte de mim mesma que vejo de vez em quando (a que existe). Às vezes, é. Indubitavelmente. (Isso quer dizer que talvez ele exista mesmo. Eu, hem!).
Eu prefiro acreditar nessa minha história aí que conta que ele existe e deixa de existir quando eu quero. Se estou irritada com a vida ele é legal comigo e se estou feliz demais ele me entristece.
Faz bem falar sozinha e achar que mais alguma coisa além de si ocupa lugar nesse endereço.
Mesmo falando sozinha, as respostas não deixam de ser o que são. Não minhas, não suas, não nossas. São respostas e, pelas respostas, a gente espera até a própria imaginação se recompor.
Afinal, fazer alguém existir exige esforço.