01 dezembro, 2010

Eu, particularmente, não gosto de conversar com a Rafaela.

Por ser avessa, cheia de si, orgulhosa e doída, Rafaela sabe interromper uma ideia, discutir um nome qualquer ou calar a qualquer nome. Quando é mortificada pelo excesso de ausências, Rafa tem seu ego machucado. Rafaela ignora-se existir.

Tente pedir clemência, assistir um seriado em sua companhia, levá-la à sorveteria - sua casa de repouso - chorar ou dizer-lhe toda a verdade. Ela não irá crer. Não irá. Mesmo que lhe precise.

Poderá amar, logo quando perdoar. Ou perdoar, por amar.

Se você a tiver, saberá que Rafaela é melhor do que eu. Tem seus avais e dotes intelectuais defendidos e promovidos por sua excelência.

Saberá que Rafa entende de si mesma e que professa a letargia, movimento que elegeu como fé.